Alguns livros, mesmo os não tão bons, têm partes que, por motivos diversos,

nos tocam mais profundamente. Esse blog é para colocar essa parte à parte.

.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Bohr e a natureza dos elétrons

"O escritor George Leonard identificou obviamente um paralelo entre os dois tipos de complementaridade quando escreveu, no The Silent Pulse: 'A mecânica quântica é o koan final de nossos tempos'. Os koans são instrumentos usados pelos zen-budistas para romper paradoxos aparentes e chegar a soluções transcendentes. Comparemos alguns koans com a comprementaridade.
Em um deles, o noviço zen Daibai perguntou a Baso, o mestre:
- O que é o Buda?
Respondeu Baso:
- Esta mente é Buda.
Outro monge repetiu a pergunta:
- O que é Buda?
Ao que Baso respondeu:
- Esta mente não é Buda.
Agora, compare esse exemplo com a complementaridade de Bohr. Pergunta Bohr:
- O elétron é uma partícula?
Às vezes Bohr responde:
- É...
Quando olhamos para o rastro de um elétron na câmara de condensação, faz sentido dizer que o elétron é uma partícula. Examinando o padrão de difração dos elétrons, contudo, Bohr dirá, fumando divertido seu cachimbo:
- Você tem de concordar que um elétron é uma onda.
Parece que, tal qual Baso, o mestre zen, Bohr tem duas opiniões sobre a natureza dos elétrons."

GOSWAMI, Amit. O universo autoconsciente: como a consciência cria o mundo material. 2. ed. São Paulo: Aleph, 2008. p. 79.

Nenhum comentário: