Alguns livros, mesmo os não tão bons, têm partes que, por motivos diversos,

nos tocam mais profundamente. Esse blog é para colocar essa parte à parte.

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terça-feira, 4 de junho de 2013

Inconsciente na física quântica

"Se isso ocorre, quem liga e desliga a atenção? De acordo com Posner, uma unidade de processamento central liga e desliga a atenção. Ninguém, contudo, jamais encontrou uma unidade central de processamento no cérebro-mente, e o conceito invoca o espectro do chamado homenzinho, ou homúnculo, no interior do cérebro. Francis Crick, o biólogo laureado com o Prêmio Nobel, faz uma alusão ao problema na anedota seguinte: 'Recentemente, estive tentando explicar a uma mulher inteligente o problema de compreender como é que percebemos absolutamente alguma coisa, e não estava conseguindo de maneira nenhuma. Ela não podia entender por que havia um problema. Finalmente, em desespero, perguntei-lhe como ela mesma pensava que via o mundo. Ela respondeu que, provavelmente, tinha na cabeça alguma coisa parecida com um aparelho de televisão. 'Neste caso', perguntei, 'quem é que olha para o aparelho?'. Ela, nesse momento, entendeu imediatamente o problema'.
Temos de enfrentar de cara o problema: não há nenhum homúnculo local, ou unidade processadora central, sentado no interior do cérebro, e que liga a atenção, interpreta e atribui significado a todas as ações de conglomerados centrais, sintonizando os canais a partir de uma sala de controle. Dessa maneira, a referência ao self - a capacidade de nos referirmos ao 'Eu' como o sujeito de nossas experiências - é um problema sumamente difícil para os modelos funcionalistas clássicos, de cima para baixo ou de baixo para cima. Aquilo que estamos procurando é aquilo que está nos olhando - uma reflexividade essencial tão difícil de explicar nos modelos materialistas do cérebro-mente como a corrente de von Neumann na medição quântica."

GOSWAMI, Amit. O universo autoconsciente: como a consciência cria o mundo material. 2. ed. São Paulo: Aleph, 2008. p. 199.

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